AS HORTAS DO MONTE ALMEIDA E O PARQUE EDUARDO VII


Nos  dois últimos terços do século XIX,  a Câmara Municipal de Lisboa alimentou um desejo de melhoramentos da cidade. O ambicioso projeto prolongou-se ao longo da centúria e, a partir de 1874, foi conduzido pelo engenheiro Ressano Garcia.

Entre 1877 e 1903, Ressano Garcia foi responsável  pelo projeto de ligação entre o Passeio Público (do Rossio) e  o Campo Grande, cuja concretização determinou a extinção das hortas do Casal do Monte Almeida, expropriado para a construção do Parque da Liberdade (atual Parque Eduardo VII), que remataria o eixo viário da Avenida da Liberdade.

Imagem 1: Cópia do projeto da zona do Parque da Liberdade, hoje denominado Eduardo VII, e das ruas adjacentes paralelas e incidentes. 1908. Arquivo Municipal de Lisboa.

A cartografia que acompanha o processo de expropriação dos terrenos de Carlos Maria Eugénio de Almeida e de sua esposa regista uma propriedade maioritariamente composta por terras de semeadura e três hortas pintadas a verde, enumerando as 360 oliveiras e restantes 54 árvores diversas plantadas na propriedade (imagem 1).

A horta mais a sul correspondia à horta da Quinta da Torrinha, conhecida maioritariamente através das fotografias de Joshua Benoliel (imagem 2) ou da litografia da Feira Franca, desenhada em 1889 por Roque Gameiro (imagem 3). 

Imagem 2: Parque Eduardo VII, Quinta da Torrinha. Joshua Benoliel, 1916. Arquivo Municipal de Lisboa.

 Imagem 3: A Feira Franca na Avenida da Liberdade, Alfredo Roque Gameiro, 1889. Museu de Lisboa.

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