O mapeamento das hortas na Planta de Júlio Vieira da Silva Pinto

 


Entre 1904 e 1911, Júlio Vieira da Silva Pinto, funcionário da Câmara Municipal de Lisboa, venceu o concurso público destinado à realização de um levantamento cartográfico de toda a área do município.

 

Este trabalho visava dotar a Câmara Municipal de um documento que traduzisse a extensão total da cidade (aumentada com a assimilação dos antigos municípios de Belém e dos Olivais) e equiparar-se ao detalhado levantamento feito por Filipe Folque, em meados do século XIX e, naturalmente, desatualizado.

 

Foram aprovadas condições excecionais para a esta obra, iniciada provavelmente no ano de 1905, como a obrigatoriedade de acesso a espaços interiores e privados.

 

 

Apesar de não se conhecer a legenda original da planta, as arquitetas Teresa Marat-Mendes e Patrícia Bento d'Almeida (consultoras científicas da exposição) desenvolveram um trabalho de investigação que constata que os edifícios públicos foram coloridos a negro e os civis pintados a cinzento, e que permite considerar que as áreas preenchidas a azul claro são vinha e as parcelas contornadas a amarelo são hortas.

 


As duas folhas originais do levantamento expostas na exposição permitem reconhecer as hortas dos logradouros da zona do Rato e as hortas prisionais da Penitenciária de Lisboa, no topo do Parque Eduardo VII.

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