AS PLANTAS SAGRADAS DE WALAFRID STRABO



Urtiga, Urtica dioica L.
Funcho, Foeniculum vulgare
Salva, Salvia sclarea L.
Sara Simões
2020

A planta da abadia suíça de Saint Gall, datada do século IX, revela, nos desenhos da horta, do jardim medicinal e do pomar, a matriz do hortus beneditino. Nos jardins medicinais, cultivava-se apenas uma espécie por canteiro, devidamente identificada, para evitar erros fatais na administração das preparações medicamentosas.

O poema Hortulus, de Walafrid Strabo, monge beneditino do século IX, menciona 29 variedades de plantas, na sua maioria ervas medicinais, como a urtiga (usada para a tosse), o funcho (para alívio das cólicas abdominais) e a salva (para a falta de apetite), evocando o vasto conhecimento botânico que os beneditinos acumularam numa Europa que ajudaram a civilizar.

 COMPOSTAR E FECHAR CICLOS


Os resíduos orgânicos, de hortas e jardins urbanos, como folhas e ramos, podem e devem ser depositados nos compostores domésticos.

Depois de decompostos, estes resíduos, juntamente com aqueles que são transformados nos vermicompostores, são usados para alimentar a horta e produzir mais matéria orgânica.

Evita-se, desta forma, sobrecarregar os aterros com matéria que é útil na horta; afinal, na natureza, os padrões são sempre cíclicos, pois nada se acumula indefinidamente e tudo se transforma.



 

 VISITA ORIENTADA PELOS COMISSÁRIOS





Domingo, 15 de agosto, às 15h30.

Bilhetes disponíveis em: https://blueticket.meo.pt/Event/5631/
Ou diretamente na bilheteira do museu, no dia do evento, sujeito à disponibilidade de vagas.

 AS HORTAS NA TOPONÍMIA DE LISBOA



A toponímia lisboeta evoca seis hortas da história da cidade, dispersas pelas freguesias da Misericórdia, Estrela, Belém e Carnide, permitindo revisitar a memória rural de Lisboa em diferentes épocas do crescimento urbano.

As atuais ruas das Hortas e da Horta Seca, bem como as travessas da Horta [do Cabra], da Horta da Cera e da Horta Navia terão surgido de forma espontânea, criadas pelos lisboetas.

Embora seja tão difícil datar, com precisão, cinco das seis denominações, como pormenorizar a cronologia e natureza das hortas que lhes deram origem, é possível associar cada local a momentos diferentes de alteração urbana, entre os séculos XVI e XIX.

Essa toponímia “natural” manteve-se até 1859, ano em que a racionalização da toponímia alterou a naturalidade das denominações espontâneas, submetendo-a a um processo administrativo. Esta mudança terá contribuído para a efemeridade e gradual desaparecimento de referências a hortas ao longo da segunda metade de oitocentos e de todo o século XX. Data de 10 de outubro de 1977, o único edital contemporâneo  que identifica como Rua da Horta Nova o arruamento resultante da urbanização da Quinta da Horta Nova, em Carnide.