AS HORTAS NO CHÃO DO MERCADO DO FORNO DO TIJOLO
As hortas no chão do Mercado do Forno do TijoloAlberto Carlos Limas/dArquivo Municipal de LisboaLIM000962
O local onde hoje se encontra o Mercado do Forno do Tijolo (entre a Rua Maria da Fonte e a Rua Damasceno Monteiro) já foi chão de hortas cultivadas em redor da estrutura de água composta por um poço, um aqueduto e um tanque.
Quem, em meados do século subisse pela parte baixa da Calçada do
Forno do Tijolo (que corresponde hoje à Rua Maria da Fonte), ultrapassa um
edifício setecentista, com seu portal singelo de feição nobre e o seu pequeno
jardim (letra A), observando à direita o edifício que viria a pertencer a
Henrique José Oliveira Sommer, sem se aperceber de imediato da existência
destas hortas. Seria preciso contornar o cotovelo da extensa calçada para, do
troço mais elevado, apreciar os campos hortícolas e o engenho de transporte da
água (a ligar as letras E e F).
As hortas desenhadas por Filipe Folque, entre 1856 e 1858 (foto 2) permaneceram até ao levantamento de Silva Pinto, realizado entre 1904 e 1911 (foto 3).
Neste levantamento, que foi o último registo cartográfico destas hortas, que se viriam a extinguir com a construção do Mercado do Forno do Tijolo, registou-se uma grande estufa no jardim do edificio que fora de Henrique José Sommer (letra G) e que permaneceu na mesma família ao longo da primeira metade do século XX. Mantiveram-se neste sítio a extensa horta e o aqueduto que ligava o tanque (letra E) e o poço (letra F). A propriedade não era, contudo, parte do prédio da família Sommer; tratava-se de um terreno interior, com entrada pelo mesmo local onde viria a ser a entrada do Mercado. No topo nordeste do terreno existia uma relativamente pequena habitação e o chão das hortas foi delimitado com contorno a amarelo.
Vejamos, então, a fotografia de Alberto Carlos Lima com legenda:
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