AGROFLORESTA DE CAMPOLIDE




Descendo a Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, em direção a Cascais, as árvores e os arbustos ornamentais do Jardim Panorâmico da Bela Flor, situados à mesma cota da via rápida, são parcela de adição no caráter invisível do Bairro com o mesmo nome. A velocidade de circulação, que a descida incentiva, contribui para manter o olhar, de condutores e passageiros, arredado da margem direita da paisagem. Mas, na verdade, são os acentuados desníveis de terreno que criaram o enclave onde o bairro se oculta.

Silva Pinto, nos começos de 1900, marcaria, nas plantas 7H, 7I e 8I do seu Levantamento, os declives que rodeavam a quinta de António Fernandes dos Reis, mais conhecida, e assim denominada na Planta Topográfica, como Quinta do Fernandinho

Nos terrenos da extinta quinta, o Bairro da Cooperativa de Habitação Económica da Bela Flor faz agora vizinhança com o Parque Urbano da Bela Flor. Aqui nasceram as Hortas Comunitárias da Quinta da Bela Flor, que são geridas pela Junta de Freguesia de Campolide. A poucos metros, situa-se a Agrofloresta de Campolide que, rodeada de rododendros, se encosta ao barranco norte da Avenida. Ali, árvores florestais, árvores de fruto, hortícolas e ervas de cheiro vão crescendo ao ritmo que os trabalhos comunitários conseguem impor num retângulo de terreno contíguo a uma fileira de prédios de habitação social.

A Agrofloresta de Campolide é um projeto de transição que pode conhecer na Exposição através dos testemunhos de Joaquim (na imagem), de Felipe e de Cátia, os rostos desta iniciativa, que nos ensinam que é possível transformar terrenos abandonados em florestas de comida. 


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