UMA HORTA NA AVENIDA ALMIRANTE GAGO COUTINHO
Projeto da moradia de António Casanovas Augustine, 1947. Arquivo Municipal de Lisboa.
O bairro que atravessava e que - de certo
modo - delimitava, permaneceu um bairro de vivendas, separado dos prédios do
Areeiro por conjunto de prédios mais baixos, de renda económica.
O vale da avenida tinha sido, no passado,
ocupado por quintas como a da Feiteira, da Montanha, da Charca ou do Narigão. A
sua urbanização com moradias, como a de António Augustine, revela como foram
aproveitados os declives do terreno do vale.
O lote dos Augustine apresentava três
cotas distintas: a da entrada, ao nível da rua e da cave da casa, outra ao
nível do primeiro andar da casa, permitindo o acesso direto a um jardim menos
exposto aos olhares dos transeuntes, e um terceiro nível, mais elevado,
reservado para uma horta, com um pequeno anexo para lavagens e capoeira.
A identificação da horta num projeto de
construção de moradias nesta avenida é muito invulgar. A terem existido outras,
não foram documentadas e os lotes maiores contemplaram piscinas ou campos de
ténis, ao invés de espaços de produção hortícola.
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