UMA HORTA NA AVENIDA ALMIRANTE GAGO COUTINHO

Projeto da moradia de António Casanovas Augustine, 1947. Arquivo Municipal de Lisboa.

Quando, em 1947, António Casanovas Augustine apresentou o projeto de construção de uma moradia, a Avenida Almirante Gago Coutinho ainda não tinha esse topónimo. Inicialmente referida como Prolongamento da Avenida Almirante Reis, a construção do aeroporto mudou-lhe o nome para Avenida do Aeroporto, mas a designação definitiva só aconteceria em 1960.

O bairro que atravessava e que - de certo modo - delimitava, permaneceu um bairro de vivendas, separado dos prédios do Areeiro por conjunto de prédios mais baixos, de renda económica.

O vale da avenida tinha sido, no passado, ocupado por quintas como a da Feiteira, da Montanha, da Charca ou do Narigão. A sua urbanização com moradias, como a de António Augustine, revela como foram aproveitados os declives do terreno do vale.

O lote dos Augustine apresentava três cotas distintas: a da entrada, ao nível da rua e da cave da casa, outra ao nível do primeiro andar da casa, permitindo o acesso direto a um jardim menos exposto aos olhares dos transeuntes, e um terceiro nível, mais elevado, reservado para uma horta, com um pequeno anexo para lavagens e capoeira. 

A identificação da horta num projeto de construção de moradias nesta avenida é muito invulgar. A terem existido outras, não foram documentadas e os lotes maiores contemplaram piscinas ou campos de ténis, ao invés de espaços de produção hortícola.




Sem comentários:

Enviar um comentário