AS HORTAS NA TOPONÍMIA DE LISBOA
A toponímia lisboeta evoca seis hortas da história da cidade, dispersas
pelas freguesias da Misericórdia, Estrela, Belém e Carnide, permitindo
revisitar a memória rural de Lisboa em diferentes épocas do crescimento urbano.
As atuais ruas das Hortas e da Horta Seca, bem como as travessas da Horta
[do Cabra], da Horta da Cera e da Horta Navia terão surgido de forma
espontânea, criadas pelos lisboetas.
Embora seja tão difícil datar, com precisão, cinco das seis denominações,
como pormenorizar a cronologia e natureza das hortas que lhes deram origem, é
possível associar cada local a momentos diferentes de alteração urbana, entre
os séculos XVI e XIX.
Essa toponímia “natural” manteve-se até 1859, ano em que a racionalização
da toponímia alterou a naturalidade das denominações espontâneas, submetendo-a
a um processo administrativo. Esta mudança terá contribuído para a efemeridade
e gradual desaparecimento de referências a hortas ao longo da segunda metade de
oitocentos e de todo o século XX. Data de 10 de outubro de 1977, o único edital contemporâneo que
identifica como Rua da Horta Nova o arruamento resultante da urbanização da
Quinta da Horta Nova, em Carnide.
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