O DOM E O DEVIR DAS SEMENTES


© José Avelar / Museu de Lisboa


Em cada semente «antiga», há um património genético único, um capital simbólico, histórias e identidades pessoais e coletivas entrelaçadas em saberes tradicionais e redes locais de partilha e entreajuda. Há, também, uma biografia longa, de resistência, evolução e adaptação. Uma herança preciosa transmitida de geração em geração capaz de convocar natureza e cultura. Mas a profunda transformação dos modos de vida baseados na autossuficiência tem conduzido à erosão do património vegetal agrícola tradicional e à perda de variedades de polinização aberta, isto é, polinização através de insetos, pássaros e vento. Estratégias de salvaguarda distintas, como recolhas no terreno, conservação em bancos de sementes, bibliotecas de sementes, espaços privilegiados de troca, e processos de patrimonialização procuram assegurar que a agrobiodiversidade, património de toda a Humanidade, não se perca irremediavelmente. Semear, cuidar, colher e deixar germinar. Uma e outra vez. Promovendo a diversidade alimentar, o património culinário, a independência e a autonomia.

Na exposição poderá encontrar uma verdadeira biblioteca de sementes tradicionais que contém uma amostra de recolha realizada pela Associação Colher para Semear em sete dos 21 parques hortícolas municipais junto de 75 hortelãos. 


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